sábado, 13 de agosto de 2016

O VELHO SAMURAI


Perto de Tóquio vivia um grande samurai, já idoso, que se dedicava a ensinar sua zen aos jovens.

Apesar de sua idade, corria a lenda de que ainda era capaz de derrotar qualquer adversário.

Certa tarde, um guerreiro conhecido por sua total falta de escrúpulos apareceu por ali.

Queria derrotar o samurai e aumentar sua fama.

O velho não aceitou o desafio e o jovem começou a insultá-lo.

Chutou algumas pedras em sua direção, cuspiu em seu rosto, gritou insultos, ofendeu seus ancestrais.

Durante horas fez tudo para provocá-lo, mas o velho permaneceu impassível.

No final da tarde, sentindo-se já exausto e humilhado, o impetuoso guerreiro retirou-se.

Desapontados, os alunos perguntaram ao mestre como ele pudera suportar tanta indignidade.

- Se alguém chega até você com um presente, e você não o aceita, a quem pertence o presente?

- A quem tentou entregá-lo, respondeu um dos discípulos.

- O mesmo vale para a inveja, a raiva e os insultos.

Quando não são aceitos, continuam pertencendo a quem o carregava consigo.

A sua paz interior depende exclusivamente de você.

As pessoas não podem lhe tirar a calma. Só se você permitir.


“A calma na luta é sempre um sinal de força e confiança, enquanto a violência, pelo contrário, é prova de fraqueza e de falta de confiança em si mesmo.”


domingo, 7 de agosto de 2016

RESIGNAÇÃO


A resignação é a tendência que uma pessoa tem de aceitar uma situação adversa. Desta maneira, nos resignamos diante de algo negativo quando somos capazes de assumirmos responsabilidades pela situação, e usarmos isso para o nosso crescimento pessoal.

Certos acontecimentos podem ocasionar grande impacto emocional. Diante destas circunstâncias dolorosas e difíceis de assumir, há três possíveis reações: o desespero, a tristeza profunda e a rebeldia; por outro lado, temos que tentar entender que as situações adversas acontecem, e por isso temos que aceitá-las.

Há certos conceitos que apresentam dublo sentido. É o que acontece com a resignação. Em um sentido negativo, podemos entender como uma ação de submissão. Não se rebelar, não protestar e ainda conformar-se com  a situação, apesar de não gostar do que esta te causando sofrimento.

Por outro lado, a resignação pode acontecer como um sinal de força e de aceitação natural diante de uma adversidade. Aceitar o que a vida oferece com firmeza, adaptar-se da melhor forma possível, é atitude para os fortes.

Na Psicologia a resignação é um recuo, um afastamento. Antes de mais nada, resignação não é escravidão, não é conformismo, não é renúncia. Ao contrário; resignar-se é libertar-se, é tornar-se livre, é buscar o novo quando já o quê era não existe mais.

Para mim, resignar-se é, antes de tudo, adaptar-se ao insuperável, como uma marca de necessidade à vida. Logo a resignação não é um sentimento pacífico de adaptação. É sim um grito de liberdade para a adaptação presente na futura vida.

Quando tudo parece perdido, é o momento de cessar a luta , acalmar o coração, dar menos importância ao mundo externo, através da resignação. A resignação não é o ponto final, mas apenas uma vírgula de passagem. Assim, a resignação é o sentimento nobre de luta, de ideal, de busca e de entendimento.

Resignar-se é sinal de sabedoria; pois, nada te faz perder mais energia que a resistência e a luta contra uma situação que você já não pode mais mudar.


A resignação tem o poder de anular o impacto do sofrimento. (André Luiz)