“A Inteligência Emocional é responsável, em grande parte, pelo nosso sucesso na vida pessoal e profissional”.
Há um século pessoas são avaliadas e selecionadas através do Quociente Intelectual. Porém, nos últimos anos, foram acumuladas evidências científicas que nos permitem afirmar que o Q.I., na melhor da hipóteses, é responsável por apenas 20% do sucesso na vida pessoal e profissional. O restante depende de outros fatores como a própria sorte, a origem social e “outras formas de inteligência ou habilidades” que não são levadas em consideração nos testes de Q.I., como, por exemplo, a inteligência musical, que tem levado ao estrelato e à fortuna tantos escolares medíocres; a habilidade cinestésica ou psicocinética dos grandes atletas, a visão espacial dos grandes arquitetos e, principalmente, a “Inteligência Emocional”.
O conceito de Inteligência Emocional foi introduzido em 1990 por Peter Salovey, psicólogo da Universidade de Yale, e diz respeito às nossas Habilidades Interpessoais e Intrapessoais.
Habilidade Interpessoal ou inteligência interpessoal é, em síntese, a nossa capacidade de compreender os outros: o que os motiva e como faze-los trabalhar juntos de forma cooperativa em vez de competitiva. É a nossa capacidade de liderança, de fazer e reter amigos e, principalmente, de pacificar.
Inteligência Intrapessoal é um conjunto de habilidades correlatas voltadas para o interior do próprio indivíduo. É a capacidade de ter acesso aos próprios sentimentos e saber conduzi-los de forma a tornar a vida harmoniosa.
Indivíduos que não possuem essa habilidades podem causar grandes prejuízos dentro de uma organização ou empresa. A época dos grandes inventos individuais já acabou! Todos sabemos quem inventou a lâmpada, o automóvel e o avião, mas os grandes inventos do século passado, como as naves espaciais e os computadores, são o resultado do trabalho cooperativo de milhares de homens. É por isso que, após uma triagem preliminar fundamentada no Q.I., muitas empresas já estão procurando escolher os candidatos de maior Q.E. (Quociente Emocional).
O Q.I. AJUDA NA HORA DE CONSEGUIR EMPREGO, MAS É O Q.E QUE GARANTE AS PROMOÇÕES
Um trabalho científico realizado com ex-alunos da Harvard (turma de 1940) revelou que aqueles de Q.I. mais elevado não foram, necessariamente, os mais bem sucedidos na vida. O sucesso depende muito da nossa “rede” particular de amigos, que, por sua vez, é mais uma questão de Q.E. do que de Q.I.
O Q.I. é uma espécie de loteria genética. As pessoas normais nascem com cerca de 10 bilhões de neurônios que se interligam, cada um, com centenas de outros, perfazendo um total de trilhões de conexões. O número de conexões pode variar com fatores genéticos e ambientais e acaba determinando a diferença entre os nossos Q.I., o qual, depois de estabelecido, pouco podemos fazer para modificar. Entretanto, como já comentamos, o Q.I., depois da fase escolar, não é fator essencial nos diferentes caminhos da vida. O mais importante fator do sucesso profissional e pessoal passa a ser o Q.E., o qual pode ser continuamente incrementado com a educação e as experiências da vida. Assim, precisamos ensinar as crianças a aprimorar seus dotes emocionais. Enquanto o Q.I. nos habilita a viajar pelo mundo das idéias, o Q.E. nos auxilia a transitar com desenvoltura no mundo das pessoas.
Mas, ainda sabemos muito pouco sobre os nossos sentimentos. Nos últimos 500 anos, vivemos sob o domínio absoluto da razão! Aprendemos desde cedo que o Homem é uma animal racional e que a razão deve ser desvencilhada das emoções, porque, sob fortes emoções, não conseguimos raciocinar direito. Este modelo educacional acabou transformando o ser humano num gigante intelectual e, ao mesmo tempo, um pigmeu emocional. O nível emocional de muitas pessoas ainda se encontra na “Idade da Pedra”. E quando não sabemos controlar nossas emoções, elas podem anular completamente a razão. Assim, um cientista de Q.I. elevado, se estiver emocionalmente perturbado pode matar brutalmente numa tola discussão no trânsito.
As emoções surgiam na escala animal somente a partir das aves e representaram um grande avanço evolutivo, porque a memória emocional aprimorou substancialmente a capacidade de aprendizado e de fazer rapidamente as melhores escolhas em situações cruciais. Além disso, o amor, que não existe na escala evolutiva até os répteis, induz os animais a protegerem os seus filhotes aumentando ainda mais as chances de sobrevivência da espécie.
Durante milhões de anos as emoções que, podem ser definidas como impulsos para agir, realizaram o seu trabalho de forma inconsciente. Porém, com o desenvolvimento do nosso cérebro e da capacidade de raciocinar, passamos a analisar e construir nossos próprios sentimentos. Podemos nos emocionar com uma fotografia, uma linha melódica, uma poesia, um filme ou um simples pensamento e estamos nos tornando cada vez mais conscientes dos nossos sentimentos. Um cão, por exemplo, pode pensar no seu dono ausente e ficar triste com o que pensou. Mas somente o Homem pensa e sabe que está pensando. Nós temos consciência de que estamos ficando com raiva, medo, etc., e podemos utilizar pensamentos inteligentes para tentar reverter um quadro emocional negativo, antes que as emoções esmaguem a razão e nos leve a tomar atitudes reptilianas que freqüentemente acabam em prejuízos materiais, lesões corporais e muito arrependimento.
Porém, assim como a razão pode ser esmagada por fortes emoções, o raciocínio lógico pode ser catastrófico na ausência de sentimentos. Por isso as emoções não podem ser anuladas simplesmente, pois são elas que dão tempero às nossas vidas. No entanto, devem estar presentes na dose certa. Em falta ou excesso podem estragar tudo.
Dentre todas as nossas qualidades emocionais, as que mais fazem falta no mundo moderno são: o autocontrole e a compaixão que dependem diretamente de auto-conhecimento e empatia.
O que todos desejamos, ainda que inconscientemente, é a felicidade. No entanto, a humanidade é uma massa de mais de 7 bilhões de pessoas correndo desenfreadamente de uma lado para outro em busca de posses materiais, poder e prazeres físicos. E mesmo aqueles que conseguiram realizar a maior parte dos seus desejos, geralmente não se tornam felizes!
"O PRIMEIRO PASSO NA BUSCA DA FELICIDADE É
APRENDERMOS A COLOCAR INTELIGÊNCIA NAS NOSSAS EMOÇÕES"
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