“Não ser parte” está longe de não ter lado. Tenho meu lado e
sou parte de mim mesmo.
Não sou fundamentalista, não faço parte de torcidas, não
entro em filas para receber e muito menos para pagar.
Sou agnóstico,
apartidário, não pertenço a nenhum tipo de manada e ninguém me apascenta. Não
fui criado à imagem e semelhança de ninguém, nem ficarei ao lado direito ou
esquerdo de alguém por ter sido eleito ovino ou caprino.
Sou uma ínfima parte
desta evolução continuada, descoberta por Darwin, onde todos os seres vivos tem
a mesma ameba como origem.
Tenho simpatia natural por aqueles que preferem andar na
contramão. Não tenho nada a defender e me envaideço da minha vida sem amarras
religiosa ou partidária. Há anos eu sou assim, não me considerando parte da
massa, não pensando como a maioria.
Mentiria se dissesse que me orgulharia em desfilar de punho
erguido ao som do Hino Nacional, não me sentiria satisfeito em acompanhar o
Círio agarrado à corda nem seria ministro de qualquer seita ou dissidência.
Muito menos ser, simplesmente, simpatizante de um partido que adotou todo o
tipo de falcatrua como método de governo.
Não ter partido político ou religião é não ter lado? O risco
de ter um lado para a democracia ou para a crença é maior do que não ter nenhum
igualando desiguais. Onde está o elemento que aclama a inteligência e nos faz
evoluir? Nas diferenças ou nas igualdades? Não se pode falar daquelas sem
reconhecer estas, mas é perfeitamente possível evidenciar estas, fazendo tábua
rasa daquelas. Está aí uma das diferenças entre a inteligência e a estupidez.
Grande número de indivíduos que se julgam exemplares da raça
humana, formam grupos, ora políticos, ora religiosos, procurando igualdades no
comportamento, no ideal e na filosofia tanto para o bem quanto para o mal. Se
julgam os donos da verdade e alguns acham que herdarão um reino no céu, não
aceitam divergências e normalmente tem líderes. Não descobriram que seus
ganidos são ignorados pela natureza e continuam tentando provar o improvável.
Não obstante existem aqueles que, apesar de viverem na mesma sociedade, não
exercitam seu lado primata, tem filosofias únicas e raramente são maus. Mesmo
sendo discriminados, perseguidos ou castigados dão contribuições substanciais
através de suas experiências ponderáveis para várias ciências.
A raça humana continua incentivada a reproduzir párias em
progressão geométrica e se organizam em bandos praticando infanticídios,
assassinatos, seqüestros, estupros, assaltos e outras barbaridades que os
Bonobos abominam. Desprezo bandos, desprezo manadas, desprezo miríades e nem
guilda eu freqüento por desconhecimento. Parte do meu intelecto teme o
pluralismo de um lado só. Já os indivíduos na sua singularidade me interessam.
Não sou anti-social, mas minha confraria se resume em poucos dígitos. Posso até ter um lado primata, mas a outra parte é
conservadora. Pode?... Pois é.
Autor: Altamirando Macedo.
Autor: Altamirando Macedo.
Um comentário:
Valeu cara. Parabéns pelo blog.
Postar um comentário