A viagem para Santarém
seria feito no NAVIO SEAMAR III; este navio era um pouco menor que o anterior,
porém era mais novo, limpo, e mais confortável. As 18h20min do dia 11/05/2016
começamos a navegar novamente pelo Rio Amazonas. Aos poucos Macapá foi ficando
para traz, porém mesmo depois de 4 horas navegando ainda era possível ver o
clarão das luzes da cidade acesa no horizonte. A passagem deste navio era mais
barata; paguei 300 reais pelo camarote só para eu e com alimentação inclusa.
Este navio me ensinou que passagem barata com alimentação inclusa é ilusão;
logo na primeira refeição já tinha sentido o drama; no jantar foi servido
somente sopa de macarrão com uns pedaços de canela de vaca com farinha; uma
sopa extremamente gordurosa; diante da falta de opção, acabei comendo a sopa a
qual me deixou recordações até no outro dia. O café da manhã tinha pão com
manteiga e um copo de café com leite, sem direito a repetição. No almoço foi
servido macarrão sem nenhum tipo de molho ou tempero, feijão sem gosto, frango
e farinha; era um prato feito para cada passageiro. Fiquei com saudade da
comida do primeiro navio (rs).
Subindo o rio, sem
chuva; porém o tempo fechado e muitos relâmpagos; as águas não estavam muito calmas;
o navio balançava bastante; fiquei no primeiro camarote da parte da frente do
navio e no último piso. Fiquei até altas horas, sentado na parte externa do
camarote; observando a escuridão e a imensidão amazônica; com aquele barulho da
água batendo no casco do navio, que mais parecia uma musica dessas que faz você
viajar pelo passado; como se fosse uma higiene mental feito pelas águas do Rio
Amazonas. O tempo fechando; lá pela uma da manhã, querendo dormir; porém as
águas não estavam muito calmas e a cada balançada do barco a porta do banheiro
batia; saía do camarote para ver se estava acontecendo algo; acho que era
excesso de preocupação (rs). As três da manhã acordei novamente com o barco
parando; sai para ver o que estava acontecendo; simplesmente o barco estava
parado no meio do rio; fiquei observando, quando uma luzinha apareceu ao longe
e veio vindo em direção a nossa embarcação; era um barco pequeno que comportava
no maximo umas 10 pessoas; emparelhou-se ao lado do nosso navio e duas pessoas
mudaram para o pequeno barco, com suas tralhas no meio daquele rio enorme em
meio ao escuro da madrugada. Traslado efetuado, nosso navio seguiu seu curso. Veio
um pensamento; se você estiver viajando de ônibus por alguma estrada; chegando
ao ponto de parada, se alguém estiver te esperando ou não; você desce e da um
jeito de ir embora. No caso do transporte fluvial pelos Rios da Amazônia, este
tipo de parada não seria possível; se não tiver ninguém te esperando, você
simplesmente não tem como descer; ai da para imaginar a complicação, pois, o
navio não vai ficar esperando sua carona vir te buscar; se seguir em frente vai
levar alguns dias até você conseguir voltar naquele ponto novamente; detalhe
que não tem sinal de celular para marcar a hora de se encontrar no meio do
nada. Entre Macapá e Santarém foram mais de 20 paradas desse tipo e nenhuma
teve problema. Fiquei impressionado como a vida se adapta a realidade do
lugar.
A segunda noite rumo
a Santarém foi tudo de bom; tempo firme; céu estrelado, uma lua cheia que
dispensava o farol do barco; brisa fresca; águas calmas e um cheiro de floresta
indescritível. Fiquei até no meio da madrugada sentado na proa do navio,
apreciando a noite, e meditando sobre a vida maravilhosa que podemos ter, se
tivermos um pouco de desapego das coisas e das pessoas, que muitas vezes nem
nos damos conta de como ficamos limitados por tais compromissos.
Depois de 40 horas de
navegação, chegamos à Santarém pela manhã; desci do barco e fui direto para um
hotel bem próximo ao porto e de frente para o rio. Depois de hospedado, sai
para conhecer a cidade. Santarém é uma cidade de uns 300 mil habitantes; muito
movimentada; comercio aquecido; muitos carros na rua; porto movimentado; um mercado
enorme com espécies de peixes amazônicos para todos os gostos; aeroporto com
vôos regulares para todo o Brasil; enfim uma bela cidade.
Fui também conhecer, o badalado distrito de Alter do Chão, distante uns30 km de Santarém; famoso
pelas suas praias as margens do Rio Tapajós com muita areia branca e água azul
turquesa incomum; lugar muito bonito e agradável para passar as férias; freqüentado
por gente do mundo inteiro na alta temporada; porém por estarmos no período das
chuvas não era temporada de praia. Voltei para o hotel e fui descasar para
começar a subir o rio na manhã seguinte rumo a Manaus.
Fui também conhecer, o badalado distrito de Alter do Chão, distante uns
Um comentário:
belas palavras!
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