No dia seguinte às 9 horas da
manhã, eu já estava nas docas para embarcar. Tinha comprado uma passagem por
R$500,00 para ficar sozinho em um camarote. A pessoa que me vendeu a passagem,
no dia anterior tinha me dito que o Navio Rondônia sairia às 10 horas.
Embarquei às 10 da manhã, porém a embarcação só começou a navegar às 12:30
horas. Logo na entrada da embarcação já comecei a sentir saudades dos dois
outros navios que eu havia viajado anteriormente. Diante da nova embarcação que
iríamos até Manaus; as outras duas embarcações eram quase um transatlântico. O
Rondônia era uma velharia enferrujada; extremamente suja, e muito
desorganizado; o acesso dos passageiros para a parte superior da embarcação se
dava em meio a montes de caixas de todo tipo de mercadoria; os passageiros,
mais parecia uma manada de gado que estava sendo levado para um curral
flutuante; tamanho era o desconforto dos passageiros e o descaso por parte da
tripulação. O Rondônia é um dos maiores barcos que navegam pelos rios da Amazônia;
porém se tivéssemos uma fiscalização séria por parte dos órgãos governamentais,
ele já estaria fora de circulação. Alojei-me neste monte de sucata, e fui dar
uma volta para conhecer melhor o ambiente; a única coisa que tinha de melhor
neste barco em relação aos outros barcos, era o bar. O bar tinha uma área mais
ampla e a dona do bar era uma senhora extremamente simpática; bebida muito
gelada; tinha uns lanches bem gostosos e com cara de limpo, e musica alta como
todos os outros; mesmo assim passei a maior parte da viagem no bar. A comida
neste barco me parecia melhor que a dos outros; porém já no primeiro almoço que
iria experimentar; mudei de idéia quando vi algumas baratas correndo pelo
refeitório (rs). Achei melhor ficar com os lanches do bar, que estes pelo menos
eu via como eram preparado.
A viagem de Santarém à Manaus não teve
tantas emoções quanto às outras duas; não teve tempestade, e por esta
embarcação ser bem maior, não balançou muito. Foram três dias e duas noites
navegando na calmaria; subindo o Rio Amazonas lentamente; a paisagem como
sempre, belíssima; como não teve tempestade, pude apreciar maravilhosos por do
sol e amanheceres dignos de cartões postais; duas noites estreladas e com uma
lua maravilhosa; conheci muitas pessoas interessantes; muita prosa de todo
tipo; histórias de vida muito diferente uma das outras; entre tantas histórias;
conheci o seu Zé Biguá; um maranhense de uns 65 anos, muito falante; disse que
morava à 45 anos num vilarejo nas margens do Rio Negro quase na fronteira com a
Colômbia; tinha ido visitar a mãe que morava no Maranhão, na qual fazia 30 anos
que não a via; essa teria sido sua última visita para ver a mãe ainda viva; me
disse também que só veio com o dinheiro da viagem de ida, que na volta estava
parando de porto em porto fazendo uns bicos para poder comprar a passagem para
o próximo porto, até chegar em casa novamente. Conheci o Roberto; um engenheiro
de uns 40 anos; contou que depois de 10 anos casado, profissional bem sucedido e
de família rica; decidiu largar tudo e se tornar um monge Hare Krishna; natural
de Poços de Caldas, próximo a minha terra natal; estava viajando pela Amazônia
divulgando sua religião. Conheci um casal de alemães que tinha um ano viajando
pelo Brasil; disseram que estavam maravilhados com tudo que já haviam visto.
Conheci dois senhores holandeses que também estavam conhecendo o Brasil;
disseram que não estavam com vontade de voltar para a Holanda. Conheci também duas
mulheres de Imperatriz do Maranhão que estavam indo trabalhar num cabaré em um
garimpo em Roraima perto da fronteira com a Venezuela; segundo elas disseram,
que enquanto o programa no maranhão valia R$70,00 reais; no garimpo eram dois
gramas de ouro; acho que isso equivaleria a uns R$250,00 reais; que dentro de um ano
voltariam ricas com Cem mil reais cada. Imaginei que a noção de riqueza é bem
diferente de uma pessoa para outra. E assim entre um historia e outra, depois
de aproximadamente 60 horas navegando pelo Rio Amazonas chegamos a Manaus.
Chegando a Manaus me
hospedei num hotel bem no centro; perto do Teatro Amazonas. No outro dia sai
para conhecer a cidade e logicamente conhecer o famoso e histórico Teatro
Amazonas; do lado do Teatro encontrei um restaurante que se chama “Tambaqui de
Banda”, onde serve o melhor tambaqui que já comi; o dono disse que é o melhor
tambaqui do mundo.
Conheci varias coisas em Manaus; o distrito industrial da zona franca, com suas grandes indústrias; a bela praia da ponta negra que fica as margens do Rio Negro; muito limpa e organizada; a enorme e moderna ponte sobre o Rio Negro; a Ponte Rio Negro liga a cidade de Manaus ao município de Iranduba; inaugurada em 24 de outubro de 2011, é a única ponte que atravessa o trecho brasileiro do Rio Negro; sendo considerada como a maior ponte fluvial e estaiada do Brasil; com3,6 km de extensão (3.595 metros )
simplesmente uma obra magnífica. O custo total da Ponte Rio Negro foi de 1,099
bilhão de reais.
Andei pelo calçadão do comércio onde comprei um
perfume francês um pouco mais barato do que tinha visto na internet. Depois de
dois dias andejando pela grande cidade e admirando as antigas e monumentais construções
do centro histórico, já era hora de colocar o pé na estrada novamente. Fui até
a rodoviária e segui rumo a Boa Vista capital do estado de Roraima.
Conheci varias coisas em Manaus; o distrito industrial da zona franca, com suas grandes indústrias; a bela praia da ponta negra que fica as margens do Rio Negro; muito limpa e organizada; a enorme e moderna ponte sobre o Rio Negro; a Ponte Rio Negro liga a cidade de Manaus ao município de Iranduba; inaugurada em 24 de outubro de 2011, é a única ponte que atravessa o trecho brasileiro do Rio Negro; sendo considerada como a maior ponte fluvial e estaiada do Brasil; com
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