As 7:00 horas da
manhã, peguei o ônibus na rodoviária em frente ao hotel em que estava hospedado,
e segui para Rio Branco; depois de tanto navegar pelos rios da Amazônia, fica
até um pouco estranho viajar por via terrestre novamente; já estava acostumando
com a lentidão dos barcos e as prosas descontraídas com os passageiros.
A viagem de
ônibus é uma viagem desconfortável, porém seguindo rumo ao Acre pude ver alguns
trechos da histórica e antiga Ferrovia Madeira Mamoré, com partes dos trilhos
do trem ainda visíveis, e algumas pontes de ferro que resistem à corrosão do
tempo. Seguimos pela BR364 que liga Rondônia ao Acre; quando chegamos para a
travessia do Rio Madeira já a uns 200 km depois de Porto Velho; tive a surpresa
que a travessia ainda era feita em balsas; uma ponte está sendo construída à
muito tempo, e em ritmo muito lento.
No ano de 2014 teve uma grande cheia no
Rio Madeira; por falta de ponte, o estado do Acre ficou isolado do resto do
Brasil por mais de vinte dias. As qualidade das terras ao longo da BR364, são
as melhores possíveis; terras vermelhas e planas; alguns trechos levemente
ondulados; muitas grandes fazendas de gado; muita mata preservada; mata de
castanheira. O Acre tem 85% do seu território preservado. Na chegada na capital
Rio Branco, a policia rodoviária federal mandou o ônibus encostar e pediu
documento de todos os passageiros; começou uma fiscalização nas bagagens e
muitas perguntas; tipo de onde vem, para onde vai e coisas desse tipo. Tudo
esclarecido e nenhum bandido preso; chegamos a Rio Branco. Peguei um táxi e me
hospedei num hotel do lado da praça central, próximo ao Palácio do Governo. De
todas as cidades que conheci nesta viagem; Rio Branco realmente merece
destaque; cidade muito bonita, limpa e organizada; mistura parte histórica
conservada e parte moderna; andei muito pelo centro de Rio Branco a pé;
conhecendo o comércio; os monumentos públicos; a praça central que por sinal é
muito bonita; a orla do Rio Acre; o mercado velho, antiga zona boêmia
totalmente restaurada; e em plena praça central, as 10:00 da manhã, me deparei
com um baile da terceira idade com muitos senhores e senhoras no maior embalo
da dança como se os anos para ambos não tivesse passado (rs); cidade agradável,
clima ameno; povo hospitaleiro; enfim se eu tivesse uns vinte anos a menos e
não tivesse as raízes que já finquei no sertão do Tocantins; minha mudança para
o Acre e principalmente Rio Branco seria uma probabilidade bem considerável.
Depois de
dois dias na capital do Acre; cansado pelos vinte um dias de viagem; sem roupa
limpa para usar; sentindo frio, pois não estava preparado para o clima frio;
saudades das pessoas que amo e do calor do meu Tocantins; resolvi que era hora
de voltar para minha terra. As 2:30 horas da manhã do dia 29/05/2016 peguei um
vôo de Rio Branco para Brasília e em seguida de Brasília para Palmas; trazendo
na bagagem muitas fotos, recordações, aprendizados que levarei para o resto da
minha vida, e a certeza que se o Grande Arquiteto do Universo me der vida e
saúde voltarei fazer outra viagem pela Amazônia num futuro próximo, para conhecer
melhor alguns lugares por onde passei e conhecer também alguns lugares que não
tive tempo de passar.
A Amazônia é imensa, não tem como conhecer o suficiente
em uma única viagem. Enfim gostei muito de tudo que conheci. Esta viagem ficará
na história da minha vida, como a viagem mais extraordinária que fiz até hoje
em termos de conhecimento e meditação. Ela realmente fez muita diferença, pois não tem como fazer uma viagem dessas e voltar do mesmo tamanho.
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