sábado, 11 de junho de 2016

VIAGEM DE PORTO VELHO À RIO BRANCO

    

                      As 7:00 horas da manhã, peguei o ônibus na rodoviária em frente ao hotel em que estava hospedado, e segui para Rio Branco; depois de tanto navegar pelos rios da Amazônia, fica até um pouco estranho viajar por via terrestre novamente; já estava acostumando com a lentidão dos barcos e as prosas descontraídas com os passageiros.
           A viagem de ônibus é uma viagem desconfortável, porém seguindo rumo ao Acre pude ver alguns trechos da histórica e antiga Ferrovia Madeira Mamoré, com partes dos trilhos do trem ainda visíveis, e algumas pontes de ferro que resistem à corrosão do tempo. Seguimos pela BR364 que liga Rondônia ao Acre; quando chegamos para a travessia do Rio Madeira já a uns 200 km depois de Porto Velho; tive a surpresa que a travessia ainda era feita em balsas; uma ponte está sendo construída à muito tempo, e em ritmo muito lento. 

           No ano de 2014 teve uma grande cheia no Rio Madeira; por falta de ponte, o estado do Acre ficou isolado do resto do Brasil por mais de vinte dias. As qualidade das terras ao longo da BR364, são as melhores possíveis; terras vermelhas e planas; alguns trechos levemente ondulados; muitas grandes fazendas de gado; muita mata preservada; mata de castanheira. O Acre tem 85% do seu território preservado. Na chegada na capital Rio Branco, a policia rodoviária federal mandou o ônibus encostar e pediu documento de todos os passageiros; começou uma fiscalização nas bagagens e muitas perguntas; tipo de onde vem, para onde vai e coisas desse tipo. Tudo esclarecido e nenhum bandido preso; chegamos a Rio Branco. Peguei um táxi e me hospedei num hotel do lado da praça central, próximo ao Palácio do Governo. De todas as cidades que conheci nesta viagem; Rio Branco realmente merece destaque; cidade muito bonita, limpa e organizada; mistura parte histórica conservada e parte moderna; andei muito pelo centro de Rio Branco a pé; conhecendo o comércio; os monumentos públicos; a praça central que por sinal é muito bonita; a orla do Rio Acre; o mercado velho, antiga zona boêmia totalmente restaurada; e em plena praça central, as 10:00 da manhã, me deparei com um baile da terceira idade com muitos senhores e senhoras no maior embalo da dança como se os anos para ambos não tivesse passado (rs); cidade agradável, clima ameno; povo hospitaleiro; enfim se eu tivesse uns vinte anos a menos e não tivesse as raízes que já finquei no sertão do Tocantins; minha mudança para o Acre e principalmente Rio Branco seria uma probabilidade bem considerável.
          Depois de dois dias na capital do Acre; cansado pelos vinte um dias de viagem; sem roupa limpa para usar; sentindo frio, pois não estava preparado para o clima frio; saudades das pessoas que amo e do calor do meu Tocantins; resolvi que era hora de voltar para minha terra. As 2:30 horas da manhã do dia 29/05/2016 peguei um vôo de Rio Branco para Brasília e em seguida de Brasília para Palmas; trazendo na bagagem muitas fotos, recordações, aprendizados que levarei para o resto da minha vida, e a certeza que se o Grande Arquiteto do Universo me der vida e saúde voltarei fazer outra viagem pela Amazônia num futuro próximo, para conhecer melhor alguns lugares por onde passei e conhecer também alguns lugares que não tive tempo de passar. 
         A Amazônia é imensa, não tem como conhecer o suficiente em uma única viagem. Enfim gostei muito de tudo que conheci. Esta viagem ficará na história da minha vida, como a viagem mais extraordinária que fiz até hoje em termos de conhecimento e meditação. Ela realmente fez muita diferença, pois não tem como fazer uma viagem dessas e voltar do mesmo tamanho.


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