sábado, 11 de junho de 2016

VIAGEM PELA AMAZÔNIA



                   Há muito tempo pensava em fazer uma viagem de barco pelos rios da Amazônia; mas não queria fazer uma viagem de turismo convencional, com  luxo  e  roteiro pré-determinado; queria viajar pela Amazônia, como as pessoas que vivem na região viajavam; queria vivenciar o dia a dia dessas pessoas; ou seja, queria viver a realidade do lugar, com suas peculiaridades, suas dificuldades e limitações.
                     Porém fazer uma viagem dessas, para alguém que está longe de se aposentar, não é uma tarefa simples; demanda muito tempo; e tempo disponível no meu caso, sempre foi bem escasso.
                   Mas como tudo nessa vida tem o seu momento; certo dia, acordei pensativo e decidido dar uma pausa em alguns compromissos; colocando em pratica aquela viagem que estava sendo pensada há muito tempo. Seria uma viagem de conhecimento interno e externo; uma viagem de observação; de meditação; de contemplação e muito aprendizado. Fazer uma viagem dessas, na qual a única companhia conhecida e confiável é você mesmo, pode lhe proporcionar uma  oportunidade única de conhecer uma região magnífica e se conhecer melhor; pois a introspecção se torna inevitável.
                   Enfim tomei a decisão; chegou o momento de sair sem pressa ou data marcada de voltar.
                  A primeira parte da viagem seria ir de Palmas até Belém; pois, iria começar navegando o Rio Amazonas a partir de Belém. Decidi também, ir de ônibus de Palmas, a capital do Tocantins, onde moro, até Belém. Para quem vai fazer uma viagem sem pressa, disposto a enfrentar algumas dificuldades e pouco conforto, já seria um bom começo ir de ônibus; ainda mais para uma pessoa como eu que já tinha uns 20 anos que não andava de ônibus; o desafio já começaria pela rodoviária de Palmas.
                  Enfim no dia 08/05/2016 as 08h30min da manhã, estou saindo de Palmas para uma viagem de 23 horas dentro de um ônibus; depois de uma hora dentro do ônibus já comecei não me sentir muito bem; alguns enjôos, dores de cabeça, tontura; um mal estar previsível pela falta de costume com aquele meio de transporte. Mas, nada melhor que algumas dificuldades para o corpo, para serenar o espírito. Com a ajuda de um medicamento para tirar o mal estar, a viagem seguiu tranqüila, com algumas paradas por outras cidades; parada para almoçar; parada para jantar; o ônibus era confortável, mas..., nunca gostei de ônibus, afff (rs). Foi se o dia e a noite viajando naquele balanço total; 07h30min da manhã do dia 9/5/2016 cheguei à rodoviária de Belém; muito cansado; uma noite sem dormir; o corpo doendo por todos os lados e muita fome.       


             Belém merecia ter uma rodoviária melhor; afinal uma capital com a sua importância; a rodoviária deixa muito a desejar. Sai do ônibus querendo muito tomar um café e comer alguma coisa, afinal já se iam mais de 12 horas sem comer nada. Parei em uma das varias lanchonetes da rodoviária; dei um bom dia para a garçonete e a mesma nem olhou na minha cara; logo desconfiei que ela estivesse na tpm, (rs); perguntei para a antipática senhorita se tinha café; ela me respondeu com pouca delicadeza que teria primeiro que pagar no caixa. Normalmente sou muito tolerante, mas depois de uma viagem exaustiva, acho que também fiquei na tpm; (rs). Logo respondi que, eu tinha perguntado se tinha café; não tinha perguntado onde pagaria o café, afinal tenho que saber primeiro se tem o produto para depois decidir se iria comprá-lo. Enfim antes não tivesse perguntado; o café foi caro e ruim; e a coxinha fria e com cara de amanhecida. Paguei e não bebi e nem comi, (rs). Mas deixando esses detalhes para trás; afinal meu objetivo ali era outro; peguei um táxi e fui direto ao porto.      

                  Em Belém tem dois tipos de portos; as Docas, para turista, onde é tudo muito organizado e caro e o porto “real” onde as pessoas comuns pegam suas embarcações para viajar pelos rios da Amazônia. O porto onde realmente as coisas acontecem, é um lugar bem sujo; muito lixo, um pouco desorganizado e sem sinalização. Se tivesse com carro próprio iria demorar muito para encontrar o porto e muito mais ainda para encontrar o barco onde pretendia seguir viagem. Como fui de táxi; não tive muitos problemas para encontrar o barco que me levaria até Macapá. Minha intenção era ir de Belém a Macapá; depois de Macapá para Santarém; de Santarém até Manaus, e de Manaus até... ; só o Grande Arquiteto do Universo poderia saber; pois ainda estava estudando o roteiro.


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